03.04.08 - 17.12h: Arcanos Maiores*

Dias no quarto, dormitando, viagens virtuais... não livros mas arcádias literário-visuais. Perder-me sempre foi um bom objectivo, dispersar-me... muito. O calor entra na corrente fresca entre o meu quarto e a sala/cozinha, bem como a luminosidade crescente para o solstício.

Fui às noites bartô ouvir a voz das ONG's; neste caso a ILGA portugal. Fui um dos únicos! Ok, pode ser falta de divulgação - reciclar abril pode ser difícil. Mas a noite estava óptima, consegui despachar as tarefas domésticas a tempo de pedir money emprestado à cunhada e Fui.



Tive os dirigentes da associação a falar para mim e a Teresa Ricou a falar dela e da sua casa. Dois livros infantis com lançamento mais mediático cá do que na espanha do autor ("De onde venho?" e "por quem me apaixonarei?" - questões épicas,) e algumas considerações sobre o direito à verdadeira indiferença e não ao incómodo que heteros sentem ao falar de homos (como aprendi: igualdade, não tolerância!). Documentação variada e relatório de actividades.

E o que falta é visibilidade, são os coming-outs mas o medo impera (até eu penso se me quero ver nas marchas, nas reportagens). Hoje continuo o percurso pelo site, pelas notícias internacionais e vou descobrindo as diferenças inter-nacionais - uma assunção no círculo íntimo é diferente da social; penso que se não nos verem, não nos sentem, não nos ouvem. Mesmo sabendo que não nos compreendem neste heterocentrismo instituído. Sobre a família, temos a oprah durante a tarde a falar de parentalidades homossexuais...
(Ah, acho que vou participar na marcha global pela marijuana, concordo em absoluto; e já agora voluntariar-me neste associativismo gay... a ver - faz um mês que por aqui ando)

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Lançamentos de Tarot:

"V" para Trabalho
1º Imperador (passado), 2º Imperatriz (presente), 3º Diabo (futuro), 4º - centro - Lua (resposta), 5º Julgamento (ambiente), 6º Ermita (obstáculo), 7º Casa de Deus (solução)

Cruz para Amor
Esquerda (eu) Mundo, Direita (outro) Ermita, Cima (ideia) Temperança, Baixo (quebra) Casa de Deus, Centro (escolha) Amoroso.

* "A verdade não deve revelar-se" segundo os místicos; enigma; também o remédio, uma operação misteriosa dos alquimistas.

8 comentários:

TUSB disse...

só para dizer que passei por aqui, e haveria tanta coisa por dizer sobre as grandes diferênças entre tolerância e igualdade, mas que a homosexualidade ainda é dificilmente tolerada por certos individuos... mas havemos de chegar a igualdade , um dia ;)

Moi disse...

Sim, esperamos ainda estar cá para ver, Unfurry. Entretanto vamos levando com a tolerância - intolerada...
(agradeço a passagem e a esperança)

Abraço
JJ

Special K disse...

Igualdade, doce utopia. De certeza que já cá não estarei quando esse dia chegar. Um abraço e boa marcha.

João Roque disse...

Caro Moi
é a primeira, mas não a última visita a este teu cantinho. Este post fala de assuntos vários num só assunto; a "dificuldade" de ser gay. Embora para mim não seja actualmente difícil, também o foi no passado, como penso terá sucedido a todos nós, de uma forma ou de outra.
E os pinguins são lindos.
A propósito, sabias que vamos organizar um jantar de bloguistas no próximo dia 19, um sábado? Gostaríamos de contar com a tua presença; amanhã, haverá notícias ou no meu blog e no "Felizes Juntos".
Abraço.

Moi disse...

Sim, Pinguim, fui dosprimeiros a inscrever-me no Felizes Juntos, eu vou lá - apenas certificar pessoalmente o carinho das tuas palavras.

Um grande abraço, Amor para os Dois
(Dejan poderá vir a tornar-se um nome português!)

Moi disse...

Special, e também Pinguim (sempre vários assuntos!): o que agora descubro é que muitas vezes as pessoas não participam numa cidadania mais activa para reinvindicar direitos, nem as associações têm grande força - reflexo dos tempos isolados...
Mas continuo a acreditar nessa igualdade porque a sinto muitas vezes... as outras passam (não podemos obrigar mas mostramos que estamos aí e que todos somos diferentes).
Agradeço as palavras, o pensar.

paulo disse...

Também gosto de me perder, embora depois perca imenso tempo a achar-me no meio de tanta tralha espalhada por casa e sobretudo no escritório.

Quanto ao resto, não soube de nada. Lá está, falta de divulgação. Quanto aos coming-outs, sempre serão mais ou menos difíceis. Sou adepto de que se deve ir aos poucos, revelando até ser tão natural que ninguém tenha coragem para contestar. Mas penso o mesmo em relação ao que dizes: se não nos virem, não nos sentem. É isso mesmo! Falta muito mais gente a assumir, gente famosa e com impacto. O medo e o egoísmo vence.
Já tive a minha fase de voluntariado... saiu furada.
Abraços

Moi disse...

Eu ainda estou a pensar se a minha sai... A mim bastam-me gestos públicos de carinho a quem quero, sempre considerando o lugar onde estou. Mas nunca me inibindo de me expressar (corporalmente). Sobre o perder, eu estava a falar deste bicho maluco onde lemos e vemos e escrevemos e colamos... Vícios!

Abraço Paulo, grande! Aos Dois! Um!

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