23.05.98 - 22.20h: Old books VIII

Já assinei as fitas todas. Achei a caneta prateada.

O Tiago faz anos. O meu irmão queimou as fitas. Passaram três anos desde que estou em Lisboa e sinto-me mais EU, mais próximo de quem desejo ser. Será que algum dia vou conseguir ser eu totalmente?




Apetece-me telefonar para alguém.
A Patrícia, o Tiago, a Patrícia, o Rui, a Paulinha.
A Cátia,o Nuno e a João, a Susana, a Ana.

(estou preocupado com os apontamentos mas não muito)

Na sexta entreguei o trabalho mas não fui à aula. Fiquei com a Joana, a Sofia, a Bárbara e a Dora no cais com chocolates, canhões e cerveja. Depois fiquei no ferrador com a Patrícia, o Rui, a Ana Sofia, a Rita, a Teresa, a Susana e os amigos deles.
Começou a chover no dia da inauguração da Expo'98 ( os autocarros têm antenas como as formiga...)

Lembrei-me de telefonar para o Luís. Ou ao Luís, ou ao Alberto
(não, do último não tenho o telefone)Quarta apareço no Antro e convido-o a tomar café.

Estou demasiado social (perco-me, diluo-me - já escrevi isto antes)




Sábado à noite em casa. Os meus pais dormem na sala, os vizinhos do lado estão a discutir alto e o meu irmão foi jantar com os colegas.

Tenho o trabalho de social, seis frequências e o exame de linguagem.

(quero ir para educacional, quero ser EU, quero)

15/20/21.05.98 : Old books VII

Ontem ouvi o José Saramago. Esperei pelo Zé Matos, pelo Miguel Santos (o último nome serve para futuras referências)- joints, vinho, bagaço.
E a Patrícia deu-me uma grande ajuda no trabalho anual. Os anus dela foram dia doze no japonês das janelas verdes (o joão fonseca...)
Hoje beiço inchado devido a sexo oral.
Estranho conhecido dormindo apaixonado em lençois queimados
Fala taciturna e vespertina




Sinto-me a flutuar
Outra vez
estou leve
É breve
como a neve





Comboio para o Rossio. à minha frente vai um gajo meio maluco a falar sozinho. Passou sobre a carruagem um pássaro com o bico cheio
Perdi a caneta castanha. Vou comprar outra. E o dinheiro corre por uma telha






(dia seguinte)Não comprei a caneta.
Estou na esplanada -relva do CCB, descalço, com a túnica marroquina da Maria. Fresco. Ao fresco (como a fotografia que rasguei)
As pessoas vêm e sentam-se, olham-se, gostam-se ou acham piada umas às outras. Conversam nesta tarde amena, pela agradável plataforma ajardinada à beira tejo.
Oiço a água correr pelos canais de mármore branco vindo dos EUA ou Austrália (não sei bem)
A merda dos pássaros piam alegremente.
Até penso que encaixa harmoniosamente na composição bucólica mas prefiro uma música actual.
A tocar baixinho
(nas colunas pequenas situadas nos postes estratégicos)

Vim com a Patrícia. Estudar um pouco.Ela, é claro. Eu estou a escrever aqui
O gajo lá ao fundo deitado no muromexe no cabelo descolorado. Muito sensual. Sinto atracção a uma distância de quinze metros. É possível?

Correntes