(ui, esta não tem data escrita...)* - Há dez anos era assim...

* Texto compelido pela traição carnal do objecto da paixão platónica numa cama habitada por quatro elementos totalmente ébrios...

Se as emoções irrompem violentamente, tu abáfa-las debaixo dos lençois e finges dormir.
Se tens medo do que possas fazer depois, escondes a cabeça entre as pernas e regressas ao ventre.

Cada batida prolonga o ritmo das ancas e dos movimentos abdominais. Cada gemido de prazer arranca-te a pele e rouba-te a alma. Os lábios que se descolam cravam saliva que, como veneno, embriaga, enebria.

Nada do que o rio levar voltará a reaparecer. Sucumbirá à força das águas que suga todos os membros.

Ao calor irradiante aproximam-se as almas que abandonam a razão e expõem-se sobre os leitos, entregando olhares na sua pra expressão. Esquecem as vidas e entram num limbo povoado de cheiros e névoas.

Todos os punhais que trespassaram a minha carne sumiram-se nos séculos e continuam a trazer a profunda dor da perda a cada regresso.

Como se o sangue escorresse para sempre pelo meu peito e criasse outro mar onde todas as criaturas vivas morrem em sádicos decepares e gritos agudos.

Uma atroz agonia que projecto nessa imensidão de líquido de cada vez que as pequenas coisas me fazem sofrer. Na errância nocturna, como um peregrino por ruelas, jardins e pensões, deixo leves marcas que o vento perde nas planícies longuínquas dos desertos e glaciares.

Deixa-te ficar, bebe mais um copo, faz outra sopa que o dia ainda está a meio. Cobre-te e aquece-me, come-me e vomita-me logo pois a digestão não é tão fácil como parece.

É entre equívocos e ilusões que estão os fragmentos das existências. Nos espelhos que reflectem uma luz disforme, surgem todos os rostos que incendeiam as memórias e nos levam a descobrir as faces da lua.

Na sucessão intensa de imagens percebem-se beijos, risos, surpresas, corpos, olhares, lágrimas, desesperos e um ímpeto que surge como a a linha da vida. Os dias perdem a forma, o tempo não faz sentido e todos os espaços desvanecem-se sob os teus pés.

Muda-se de máscara, pintamos outros cenários, encontramos mais figurantes que queiram pisar o nosso palco. E, sem saber, distribuímos papéis principais a outros otelos, mefistos e medeias.rasgamos os trajes que vestimos como novos e que deixámos apodrecer com o uso desgastante que lhes démos.

E voltamos à estrada, fazemos guerras contemporâneas e colocamos a paz posterior à morte. Os banquetes e orgias anestesiam-nos para aguentar o peso real desta saga. Com o que acreditamos, combinamos energias e modificamos os sentimentos.

Nada á certo. As dúvidas são as únicas certezas e agarramo-nos às possibilidades como tábuas de salvação que flutuam à deriva. Ao longe avistamos cidades e ilhas de que fugimos com medo que nos engulam de novo.

Percorremos estradas e labirintos, abrimos portas e janelas, defrontamo-nos com becos sem saída. Andamos, andamos, andamos, com a sensação de que já estivémos naqueles lugares imprevistos, mas já vistos.


(daqui foi feito um recital de poesia na faculdade, onde o próprio sujeito me ajudou na preparação de voz, em pleno cais de santa apolónia)

24.03.98 - 14.31h / 18.24h: Old books II



Depois de uma ressaca emocional, depois de uma relação fracassada, uma amena e calma vida afectiva. Passar as tardes no Ferras a amigar.
As causas foram um crescente desconhecimento do par ideal, uma desconstrução do ser imaginado pela realidade que entrava progressivamente nas nossas vidas. Os pequenos choques e discussões geraram uma constante de mal-estare ódios, chegando ao estado...
(Ñ acabei de escrever pq fui fumar um porro)

(Caga na cena, não há de ser nada)






Ainda...
botas, boxers
botões, braguilhas

Vejo a vaca da minha vida
Magra


Sem contento.
contexto.
conteúdo.

Um vácuo

Será que vou continuar a sentir-me assim: Vazio?

Correntes