29.04.08 - 21.26h: Trio d'Odemira 57/67

Do mundo secreto de peter gabriel, aos duetos nocturnos do frank sinatra, as ilustrações musicais de pintura pelo júlio pereira, os rock-blues ultra-românticos de roy orbison – esta é a actual banda sonora a k7 dos últimos vai-vens. A grande descoberta foram os mariachis alentejanos que cruzaram cancioneiro popular, tradicional alentejano, os hits latinos dos sessenta, rancheras mexicanas (puta coincidência), fado. Estive ano e meio aqui até ao desemprego e pé partido e já depois de sair estas gravações com cinquenta anos vêm parar-me aos ouvidos. E recordo amor, infância no banco de trás com a mãe a cantar as modas da altura, charradas puras...

Aqui vão os títulos: guantanamera; história de um amor; cartas de amor; el reloj; vocês sabem lá; perfídia; alma, coração e vida; ti ana majora; rio mira; ribeira mota; lembra-te ó ana; abalei do alentejo; camiñito; ruega por nosotros; una aventura mas; novo fado da severa; quiereme mucho; ciao amor; malagueña; sol nas minhas mãos; és a minha canção; as minhas mãos nas tuas; beija-me em sakurambô; a praia.

O meu trio de odemira foi este triângulo da vida – as gémeas e eu! As refeições partilhadas (mais na casa do lado, a tratarem de mim), os relatórios diários entre a câmara e a fundação (mais esta última, éramos dois em avalanche), as guerras de poder eternas e a nossa exploração, sempre a fazê-las em paz, a preta nina e a branca frida, adormecer no sofá, conspirarmos os conspiradores, almoços na varanda, cafés nas esplanadas, os Amigos (carlo de aniversário recente, mini, ana, manel, zaida, isabel e quim e rebento). Três copos à espera de vinho.

Orientar sessões de sensibilização para prevenção de toxicodependências em colos e são teotónio – correram bem; viagens com boleia dada e tida, cumprimentos e afectos recebidos pelas paragens pela vila (vizinhas, os homens dos cafés, adultos em reconhecimento de competências, a juventude criativa da região), roseiras em flôr nas esquinas, fôfos de amores-perfeitos nos canteiros pós festança rija de abril, o rio continua a correr suave e luminoso.

6 comentários:

Socrates daSilva disse...

"A igreja estava toda iluminada...".
Boas recordações.
Abraço

Anónimo disse...

Naquele tempo de menino "Si tus labios quisiera", a vida dar-te-ia "el candor de una rosa". :)

Special K disse...

O mariachis alentejanos também me trazem boas recordações de infância. Que será feito deles?
Um abraço.

João Roque disse...

Pois o que ressalta deste teu habitual "carrossel de palavras" sàbiamente encadeadas, é mesmo o Trio Odemira, que marcou mais que uma geração; é impossível a quem tem hoje pelo menos 30 anos, nunca ter sido "tocado" pela contagiante alegria e pelo romantismo do simpático trio.
Abraço.

paulo disse...

ena, que memória a tua: trio de odemira... bem, eu cantarolei coisas dos senhores, mas acho que nunca fui mesmo tocado, Pinguim. de resto, a catadupa de palavras e sentimentos deixa-me inebriado, numa espécie de embalamento bom.
abraços

Moi disse...

Caríssimos: para mim foi mesmo uma descoberta musical, apesar de sempre ter ouvido falar. Tenho 30 e senti as raízes da terra, desses idos populares pré-revolução e voltei à paixão mexicana de sempre.
A todos, agradeço os rodopios por aqui, e se vos trago tb memórias, ficofeliz! Um abraço a cada um de vós: Sócrates, catatau, K, João e Paulo. E um a todos!

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