18.03.98 - 05.47h: Old books I

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Camas, espelhos, punhos, letras, sons.
Gritar em silêncio - estou cansado.
São vapores carabínicos, canabínicos, tiros que trespassam os crâneos e param o coração de súbito.

Quero ficar a pensar mas fora daqui
noutro espaço, mais aberto

Os raios escorrem pelos últimos vidros, o brilho apagado deve-se às sombras.

Eles estão a chegar



Enter
É no escuro que as formas se desfazem.
É nas noites que oscorpos se perdem.
A matéria etérea dissolve-se no tempo
Não sobra o mínimo contorno
a mais ínfima linha esmorece e desaparece
na ponta da luz
que vimos
no fim da linha...
no fim da vida.

E explode,
exala,
exagera

A carga está pronta...
A energia vai...
...sem querer parar!





A luz doi, cega.




Escape
Penetra-me a carne e recorta-me os órgãos.
Desintegro-me e sou levado pela corrente
Estou preso nas plumas de um anjo
Não sei onde estou
É demasiado azul
Os olhos negros fecham-se perante tanto esplendor.

Nada se pretende, nada é falso

Sem qualquer horizonte na frente

Só o azul
profundo
límpido
líquido


Input
Movo-me lentamente
A densa massa que me envolve dá-me imagens pouco nítidas do fundo
Afundo-me
Giro sobre mim mesmo
Sem rota
nem rumo


Deixo-me levar
Sou arrastado - já não tenho mais forças.
Deito-me.

Durmo,
doce

doce

Correntes